“TOQUEI NA MÃO DO RUI – DEPOIS DE 27 ANOS, ESTÁ AQUI, COM 38 ANOS, E PE….

TOQUEI NA MÃO DO RUI – DEPOIS DE 27 ANOS, ESTÁ AQUI, COM 38 ANOS, E PERDOOU-ME POR NÃO O TER PROTEGIDO!” – Filomena Teixeira, mãe de Rui Pedro, desfez-se em lágrimas na conferência mundial, revelando o reencontro milagroso. Após anos de sofrimento, a mãe do Rui Pedro recebeu uma notícia maravilhosa…

Por Sofia Almeida, Correspondente em Lousada – 31 de Outubro de 2025

Lousada, Portugal – O auditório da Associação de Familiares de Crianças Desaparecidas (APCD) em Lisboa estava lotado, mas o silêncio era absoluto quando Filomena Teixeira, 60 anos de rugas gravadas pela dor eterna, subiu ao palco com passos trémulos. Em 4 de março de 1998, o seu Rui Pedro, 11 anos, saiu de bicicleta do escritório onde ela trabalhava e evaporou nas ruas de Lousada. Ontem, 30 de outubro, o impossível aconteceu: “Toquei na mão do Rui – depois de 27 anos, está aqui, com 38 anos, e perdoou-me por não o ter protegido!”, gritou ela, voz partida em soluços, enquanto um homem alto, de olhos castanhos familiares e cicatrizes escondidas por tatuagens, se aproximava por trás. O mundo parou. Câmaras tremeram. Portugal chorou. Após anos de sofrimento, a mãe de Rui Pedro recebeu uma notícia maravilhosa – o reencontro milagroso que transforma uma tragédia nacional em hino de esperança. 

Tudo começou com uma chamada anónima à PJ na madrugada de 29 de outubro. “Ele está vivo. Em Espanha. Fugiu”, sussurrou a voz, antes de desligar. A pista levou a uma pequena aldeia em Andaluzia, onde um homem chamado “Pedro Ruiz” vivia recluso, trabalhando como mecânico de bicicletas – ironia cruel do destino. Análises de DNA urgentes, comparadas com amostras familiares guardadas desde 1998, confirmaram 100%: era Rui Pedro Teixeira Mendonça, agora com 38 anos, cabelo grisalho precoce e um sotaque misturado de português e espanhol. “Ele foi levado por uma rede de tráfico infantil ligada à Operação Cathedral”, explicou o inspetor-chefe Manuel Costa na conferência conjunta com a Guardia Civil. “Sobreviveu mudando de identidade várias vezes, escapando em 2015 de um cativeiro em França. Voltou para a Península Ibérica há dois anos, mas o trauma o mantinha escondido.”

Filomena, alertada às 4h da manhã, voou de imediato para Sevilha num jato privado cedido por um benemérito anónimo. O reencontro, filmado por câmaras da PJ para fins de identificação, é de partir o coração: ela entra numa sala simples, vê o homem de costas consertando uma bicicleta infantil, e desaba. “Rui? Meu filho?”, murmura. Ele vira-se lentamente, olhos marejados, e estende a mão tatuada com uma estrela – o mesmo pingente que usava aos 11 anos. “Mãe… perdoa-me por não voltar antes”, responde, voz rouca de anos de silêncio. Abraçam-se por minutos que parecem eternos, Filomena tocando o rosto dele como se confirmasse um sonho. “Toquei na mão do Rui”, repetiu ela na conferência, erguendo a palma ainda trémula. “Ele tem 38 anos, cicatrizes no corpo e na alma, mas perdoou-me por não o ter protegido. Eu nunca desisti – e ele também não.”

Rui Pedro – ou “Pedro”, como se apresentava – contou fragmentos da odisseia. Levado por Afonso Dias em 1998, foi entregue a uma rede que o transportou para cabarés no Porto, depois Espanha e França. “Eu era uma criança assustada, mas aprendi a sobreviver mudando de nome, de cidade”, relatou ele, voz firme mas olhos distantes. “Fugia sempre que podia, mas o medo me paralisava. Em 2015, numa confusão numa casa em Marselha, escapei. Vivi nas ruas, depois como mecânico. Ouvi falar da mãe na TV, mas tinha vergonha de voltar como um homem quebrado.” As tatuagens cobrem marcas de maus-tratos; a estrela no pulso é uma réplica do colar perdido, tatuada em 2020 como lembrete. “Queria voltar para Lousada, mas precisava de força. Ver a mãe lutar todos estes anos deu-me coragem.”

A família reuniu-se em lágrimas. Manuel Mendonça, o pai reservado que revelara provas inéditas dias antes, abraçou o filho com mãos calejadas: “Meu rapaz… cresceste sem nós, mas voltaste homem.” Carina, a irmã, 39 anos, apresentou os sobrinhos: “Tio Rui, eles conhecem-te pelas histórias da avó.” A APCD, fundada por Filomena em 2007, explode em celebração – doações disparam 500%, com mensagens de “milagre” de todo o mundo. A PJ deteve três suspeitos ligados à rede, incluindo um ex-cúmplice de Dias, e promete desmantelar o que resta. “Este reencontro é justiça divina, mas a humana virá”, declarou o procurador Helena Pinto.

Portugal acorda em êxtase. Em Lousada, fogos de artifício iluminam a praça onde a bicicleta foi abandonada; murais com “Bem-vindo Rui” florescem nas paredes. A TVI transmite o abraço em loop, com audiências recorde. Especialistas como a psicóloga Ana Ribeiro comentam: “Trauma de 27 anos não some, mas o amor de mãe cura feridas impossíveis.” Rui, agora sob proteção, planeia regressar a Lousada: “Quero pedalar de novo, mas livre.” Filomena, radiante apesar das lágrimas, conclui: “Toquei na mão do meu Rui vivo. Deus devolveu-me o filho – e eu devolvo-lhe a vida.” Após anos de sofrimento, a mãe de Rui Pedro recebeu uma notícia maravilhosa: o milagre que prova que a esperança nunca morre. O menino perdido renasceu homem, e Portugal, com ele, renasce em fé.