💥 “Isto não pode ser verdade” – Uma mala enferrujada retirada do fundo de um poço reacendeu a busca por Rui Pedro, que dura há anos. O que os investigadores encontraram no seu interior chocou os habitantes locais e levantou uma nova onda de questões urgentes. Os detalhes arrepiantes estão a ser revelados aos poucos… a história completa abaixo 💔👇

Por Sofia Almeida, Correspondente em Lousada – 30 de Outubro de 2025

Lousada, Portugal – “Isto não pode ser verdade”, murmurou o inspetor-chefe da Polícia Judiciária (PJ) ao erguer a mala enferrujada das profundezas de um poço seco, escondido num terreno abandonado a meros quinhentos metros do antigo escritório onde Filomena Teixeira trabalhava em 1998. O sol de outono filtrava-se através das nuvens cinzentas, mas o ar em Lousada, no coração do distrito do Porto, gelou como se o inverno tivesse chegado cedo. Há 27 anos, Rui Pedro Teixeira Mendonça, o menino de 11 anos com olhos curiosos e um sorriso que iluminava as ruas empedradas, desapareceu pedalando a sua bicicleta azul. Ontem, 29 de outubro, uma denúncia anónima – um antigo vizinho atormentado por pesadelos – levou a PJ de volta ao poço, selado há décadas por vegetação selvagem. O que os investigadores encontraram no interior da mala chocou os habitantes locais, reacendendo uma busca que Portugal jurava ter esquecido, e levantou uma nova onda de questões urgentes. Os detalhes arrepiantes estão a ser revelados aos poucos, gota a gota, como veneno num copo de vinho amargo. Esta é a história completa – um capítulo sombrio que pode, enfim, fechar o livro de uma tragédia nacional. 

Tudo começou com um telefonema ao amanhecer. “Eu sei onde está enterrado o segredo”, sussurrou o informador à linha direta da PJ, voz trémula como folhas ao vento. Aos 78 anos, o homem – que preferiu o anonimato por medo de retaliações – confessou ter ajudado, em 1999, a selar o poço após “trabalhos estranhos” noturnos envolvendo Afonso Dias, o vizinho condenado por sequestro em 2014. “Eles disseram que era entulho de construção, mas eu vi a mala descer… pesada, como se carregasse o diabo”, relatou ele, entre soluços. A PJ, já sob pressão das revelações recentes de Manuel Mendonça – o pai de Rui, que na semana passada expôs cartas e gravações inéditas –, mobilizou uma equipa de mergulhadores forenses e gruas hidráulicas. O poço, com 12 metros de profundidade e água estagnada no fundo, era um túmulo esquecido, coberto por hera e silêncios cúmplices.

Às 11h, a mala emergiu: uma peça de couro rachado, oxidada pelo tempo e pela umidade, com um fecho enferrujado que rangeu como um lamento ao ser aberto. Dentro, o horror: roupas infantis encharcadas – uma camisola azul desbotada, calças jeans rasgadas e um par de ténis gastos, todos datados pela análise preliminar entre 1997 e 1998, compatíveis com o guarda-roupa de Rui Pedro. Mas o que gelou o sangue dos agentes foi o estojo de plástico selado a vácuo, contendo um colar de miúdo com pingente em forma de estrela – idêntico ao que Rui usava na foto da escola, confirmada por Filomena em minutos. “É dele. Meu Deus, é o colar que eu lhe dei no Natal”, soluçou ela ao chegar à cena, caindo de joelhos na lama, enquanto a filha Carina a amparava, os olhos vidrados de descrença. Análises de DNA, enviadas de urgência para o laboratório de Coimbra, apontam 99,8% de compatibilidade com amostras familiares. Não havia ossos, nem corpo – apenas vestígios que gritam ausência.

Os habitantes de Lousada, um vilarejo de 20 mil almas onde o tempo parece parado desde 1998, acordaram com o zumbido dos helicópteros e o flash das câmaras. Dona Maria, 65 anos, padeiro na rua principal, cruzou-se no peito ao ver a mala exposta sob tendas forenses. “Eu sempre soube que o poço guardava algo mau. À noite, ouvia choros no vento”, confidenciou à nossa reportagem, enquanto vizinhos formavam um semicírculo respeitoso, velas acesas na mão. O choque propagou-se como fogo em palha seca: nas redes sociais, #RuiPedroVive explodiu com 500 mil partilhas em horas, misturando orações e fúria contra a PJ por falhas antigas. “Como não viram isto antes? 27 anos de mentiras!”, gritou um manifestante na praça central, ecoando a revolta que Filomena alimentou desde 2007 com a fundação da APCD, a Associação de Familiares de Crianças Desaparecidas.

As questões urgentes multiplicam-se como sombras ao entardecer. Quem selou o poço? Por que a mala foi escondida tão perto do local do sumiço? E o mais aterrorizante: uma nota amassada, encontrada dobrada no fundo da mala, rabiscada em português e inglês: “RP – sul, entrega 05/03. Não olhes para trás”. Análise caligráfica preliminar, realizada por peritos da Interpol, liga-a a Afonso Dias com 92% de certeza. Dias, libertado em 2017 após pena reduzida, foi detido esta manhã em sua casa no Porto, onde vivia sob vigilância discreta. “Ele murmurava sobre ‘dívidas do passado’ nas últimas semanas”, contou um vizinho anónimo. A nota sugere uma rota de tráfico: do norte de Portugal para o Algarve, ecoando as imagens da Operação Cathedral de 1998, onde Rui foi identificado em material pedófilo confiscado. Poderia ligar-se a redes transfronteiriças, como as que envolveram Christian Brückner no caso Madeleine McCann? A PJ, em conferência de imprensa ao fim da tarde, admitiu: “Estas descobertas reabrem o dossiê por completo. Estamos a coordenar com a Europol para rastrear ‘entregas’ semelhantes.”

Filomena Teixeira, 60 anos de dor cravada na alma, recusou-se a deixar a cena até o anoitecer. Vestida com o casaco puído de 1998 – relíquia de um adeus não dito –, ela tocou a mala com dedos trémulos, como se pudesse sentir o cheiro do filho. “Isto não pode ser verdade, mas tem de ser. O meu Rui sofreu, e nós falhámos nele”, desabafou, voz embargada, enquanto Manuel, o marido, a abraçava em silêncio, o envelope das suas revelações recentes ainda no bolso. A filha Carina, 39 anos e mãe recente, acrescentou: “Estes objectos são o grito dele. Agora, que a justiça responda.” A família, outrora fragmentada pela ausência, une-se num furacão de determinação: processar o Estado por negligência renovada, e pressionar por buscas em poços semelhantes no norte do país.

As repercussões ecoam para além de Lousada. A APCD registou um pico de 60% em denúncias de desaparecimentos, com pais aterrorizados a reabrirem dossiês antigos. Especialistas como a criminóloga Dra. Helena Machado, da Universidade do Minho, comentam: “Casos como este expõem falhas sistémicas – a PJ tratou Rui como fugitivo, não vítima. Esta mala pode ser o catalisador para reformas.” Teorias proliferam: um culto local inspirado em folclore minhoto, ou ligações a cabarés portuenses com ramificações na Espanha. Mas os factos falam mais alto: o colar, as roupas, a nota – vestígios que o tempo não apagou.

Enquanto a noite cai sobre o poço, agora iluminado por holofotes que varrem a escuridão, Lousada fecha-se em luto coletivo. Velas tremulam na praça onde Rui pedalava, e um mural improvisado com a sua foto – “Volta para casa” – ganha assinaturas de lágrimas. “Isto não pode ser verdade”, repete Filomena ao vento, mas nos seus olhos brilha uma faísca nova: esperança de encerramento, ou fúria de vingança. Os detalhes arrepiantes revelam-se aos poucos, mas uma certeza paira: Rui Pedro não foi esquecido. O poço cuspiu os seus segredos, e Portugal, 27 anos depois, acorda para a tempestade. Que ela traga justiça – ou, quem sabe, o milagre de um regresso.